Oficial de Justiça relata tentativa de roubo em Diadema
Apesar de ter ocorrido no final do ano de 2023, o Oficial de Justiça Marco Araújo relatou à AOJESP sobre uma tentativa de roubo durante cumprimento de mandado em Diadema, na Grande SP. Por conta do andamento das investigações e devido ao excesso de mandados para cumprir, Marco nos contou o caso recentemente, tendo em vista que as ocorrências dessa natureza contra a categoria estão sendo cada vez mais recorrentes: “Foi tudo muito rápido, é muito ruim estar envolvido em uma situação dessas, além das diversas demandas que já temos no nosso dia a dia”, contou o Oficial.
Marco conta também que, logo após o ocorrido, contou com o importante apoio dos moradores da rua e das polícias Militar e Civil, e também classificou que o risco excessivo de exposição à violência nas ruas está chegando a níveis preocupantes: “Como Oficial de Justiça, estamos expostos às inúmeras dificuldades sociais que acabam atingindo muitas regiões do nosso País. O risco de atuação decorre tanto da exposição no cumprimento do mandado em si, que pode causar reações das mais violentas possíveis, como também em relação à exposição que sofremos com a atuação criminosa nas ruas e nos locais que frequentamos para trabalhar”, discorreu o Oficial, que acrescentou: “Nosso cargo é diferenciado, possui uma dinâmica própria e peculiar. Sofremos uma exposição diferente de qualquer outro trabalho, portanto, é importante termos um reconhecimento do risco que corremos. É um risco real, o nosso cargo é de risco. A gente se expõe a questões que as pessoas não imaginam”, salientou Marco.
Sobre a possibilidade do porte de arma funcional para a categoria, Marco foi enfático ao dizer que pode ser uma boa alternativa para alguns Oficiais que visualizam a necessidade de terem um respaldo maior: “Acho que é válido. Fez toda a diferença para eu poder voltar para a minha casa, para a minha família. O Oficial de Justiça é diariamente exposto à violência e, pela natureza do nosso trabalho, nós adquirimos uma habilidade de evitar o conflito, porém, às vezes não é suficiente. Nossa maior arma ainda é sempre evitar o conflito através da nossa habilidade de lidar com as pessoas, mas, ainda não é o suficiente, pois somos submetidos repetidamente à violência, somando ao excesso de trabalho, acaba sendo um desgaste muito grande para o Oficial de Justiça. Já passou da hora de termos um maior reconhecimento por conta da realidade e da natureza do nosso trabalho”, finalizou o Oficial de Justiça.