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Oficial de Justiça e escritor: Sérgio Montiel Leal transforma criatividade em literatura para todas as idades

Com mais de 40 anos de atuação no Judiciário, Sérgio Montiel Leal não se limita apenas ao universo das diligências e documentos. Oficial de Justiça da Comarca de Votorantim desde 1986, ele encontrou na escrita uma forma de expressar sua criatividade e levar histórias inspiradoras para crianças e adultos.

Desde a infância, a paixão por contar histórias já fazia parte de sua vida. O gosto por criar narrativas o levou a escrever diversos livros, incluindo obras infantis e adultas. Entre seus títulos já publicados estão “Naadiya”“Entre Dois Planos” e a coleção infantil iniciada com “A Menina e o Robozinho Amigo”, disponíveis para compra na Amazon e outras plataformas digitais.

Agora, em entrevista exclusiva, Sérgio compartilha detalhes sobre sua trajetória, os desafios de conciliar a rotina no judiciário com a escrita e como sua experiência profissional influencia suas histórias. Ele também fala sobre seus novos projetos e deixa um incentivo para quem deseja se aventurar no mundo da literatura. Confira!

1.         Como surgiu sua paixão pela escrita e como ela se equilibra com sua rotina como Oficial de Justiça?

Surgiu na minha infância, desde criança gosto de escrever, sempre escrevi histórias, poesias e músicas. Uma vez enviei alguns contos – não me lembro se no Diário de Sorocaba ou no Cruzeiro do Sul – nos anos 80, e alguns foram publicados.  Quando meus três filhos eram pequenos eu inventava histórias que ainda hoje eles lembram com bom humor. Nos anos 90 comecei a tentar escrever livros que poderiam se transformar em filmes ou séries, o primeiro deles foi “Entre Dois Planos”, depois “Naadiya” e “Apocalipse – Entendendo a Profecia”, que estou revisando para ser publicado na Amazon em breve. Como sempre tive muita criatividade para criar histórias para crianças, resolvi criar alguns livros infantis. Ao longo da minha vida sempre tive contato com crianças, tanto meus filhos quanto sobrinhos, e sempre gostei de criar histórias inéditas para cada uma delas. Atualmente, a ideia principal é unir fantasia e educação para o público jovem, ajudando os pais no processo de educação.

A minha rotina como oficial de justiça nunca me impediu de escrever, sempre é possível achar tempo quando novas ideias surgem.

2.         O seu trabalho no judiciário influencia as histórias que você escreve? Alguma experiência real já inspirou um livro seu?

Penso em escrever um livro sobre a rotina de oficiais de justiça um dia, mas não é o meu foco no momento. Mas é claro que acontecimentos do dia a dia sempre me influenciaram na criação das histórias.

3.         Você escreve tanto para crianças quanto para adultos. Como é o processo de adaptação do seu estilo para públicos tão diferentes?

Para os livros infantis, priorizo uma linguagem simples, rimas e elementos lúdicos que despertem a imaginação e a curiosidade das crianças. Procuro também criar personagens cativantes e mensagens que transmitam valores positivos de forma leve.

Já para os livros destinados ao público adulto, trabalho com histórias mais complexas e exploro diferentes camadas da narrativa, incluindo reflexões filosóficas, científicas e emocionais.

4.         O que o motiva a escrever livros infantis? Há alguma mensagem especial que você quer transmitir para as crianças?

Devido ao trabalho como oficial de justiça, tenho contato com crianças mais carentes, que passam por dificuldades estruturais, sejam elas familiares ou financeiras. Eu gostaria de ver nessas crianças a esperança de um mundo com mais cor e imaginação.

Quero criar histórias que encantem, divirtam e, ao mesmo tempo, transmitam mensagens positivas sobre amizade, coragem, respeito, sonhos e aprendizado.

5.         Entre os livros que já publicou, há algum que tenha um significado especial para você?

Entre Dois Planos e Naadyia têm significado muito profundo para mim, pois de alguma forma gostaria que esses universos fossem reais em algum lugar.

6.         Quais são os maiores desafios de conciliar a escrita com sua carreira no judiciário?

Sempre consigo encontrar tempo quando a inspiração ou novas ideias surgem. Costumo gravar as ideias durante o dia no gravador do celular, e depois escrevo a respeito.

7.         Há algum escritor ou livro que tenha sido uma grande inspiração para você?

José de Alencar e Victor Hugo são os dois escritores que mais me influenciaram. José de Alencar pela criatividade em seus romances, e Victor Hugo por descrever tão bem a realidade dos desvalidos.

8.         Como tem sido a recepção dos seus livros? Você recebe feedbacks de crianças e adultos sobre suas obras?

Pela internet ainda não, porque estou publicando na Amazon há pouco tempo, e não tenho muito tempo para divulgar. Quanto às pessoas que já leram, amigos, família e até advogados, sempre recebi comentários positivos pela criatividade das histórias, tanto infantis como para adultos.

9.         Você tem planos para novos lançamentos? Alguma novidade que possa compartilhar com os leitores?

A novidade para o momento é a publicação do livro físico “Entre Dois Planos” e quanto às histórias infantis, tem várias novas surgindo. No momento estou pensando mais em escrever histórias com temas educativos.

10.       Que conselho você daria para alguém que deseja começar a escrever, mas sente que tem pouco tempo ou não sabe por onde começar?

Meu conselho é simplesmente começar. Muitas vezes, a ideia de escrever um livro pode parecer intimidadora, mas tudo começa com um primeiro parágrafo.

As pessoas pensam que precisam ter tudo planejado antes de começar, mas a verdade é que escrever é um processo, e as ideias vão se desenvolvendo. 

Sempre há tempo para revisar e melhorar o texto, o essencial é começar.

João Paulo Rodrigues

Jornalista (MTE 977/AL), Mestre em Comunicação e Jornalismo pela Universidade Autònoma de Barcelona.

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