Judiciário

Luto no Judiciário paulista: morre o desembargador Antonio Carlos Malheiros

É com pesar que a AOJESP comunica o falecimento de um dos mais queridos membros do Poder Judiciário, o desembargador Antônio Carlos Malheiros, ocorrido na madrugada desta quarta-feira (17/3). O corpo será cremado às 17 horas de hoje (17), no Crematório da Vila Alpina, na Avenida Francisco Falconi, 437 – Vila Alpina – São Paulo. Mensagens de condolências podem ser encaminhadas para a família pelo e-mail chrismotta0106@gmail.com .

Formado em 1973 pela faculdade de Direito da USP, Malheiros iniciou sua carreira trabalhando num escritório de advocacia que abiu em sociedade com os colegas. Como professor, passou por diversas faculdades e ajudou a formar muitos alunos do Direito. Atualmente, lecionava na PUC-SP e na Faculdade Rio Branco. Em 2001, Malheiros ingressou no Tribunal de Justiça de São Paulo como desembargador indicado pelo quinto constitucional.

A diretora da AOJESP e integrante da Comissão de Assédio Moral do TJSP, a Oficial de Justiça Marilda Lace, lamentou a perda. “Dr. Malheiros fará muita falta aos servidores, que apoiou a vida inteira, em especial na Comissão de Assédio Moral, da qual faço parte e tínhamos muitas expectativas de mudanças neste ano. Também fará falta ao TJ pela humanidade em suas decisões; fará falta para a sociedade pela sua empatia e solidariedade e fará falta ao Brasil, que tem carência de pessoas como ele que se doam sem buscar nada em troca. Dr. Malheiros nos proporcionava uma lição de vida e aprendizado em cada reunião. A partir de hoje, nos tornamos órfãos dentro do TJSP.”

O advogado especialista em direitos humanos pela PUC- SP e membro do Instituto Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e do Grupo Tortura Nunca Mais, Ariel de Castro Alves, destacou o trabalho social que o desembargador fazia fora do Judiciário. “Antônio Carlos Malheiros era um dos magistrados mais respeitados e reconhecidos do TJSP por sua humildade, pela defesa da Justiça e dos Direitos Humanos. Além da magistratura, Malheiros se dedicava as causas sociais junto às pastorais do menor e do povo de rua e na comissão justiça e paz da Arquidiocese de São Paulo. Também divertia crianças adoentadas em hospitais, vestido de palhaço.”

Dr. Ariel também falou sobre o legado do magistrado dentro da Côrte paulista. “O desembargador sempre se destacou por mediar reuniões e reivindicações dos trabalhadores do Judiciário Paulista com a Presidência do Tribunal.  Deixou um enorme legado jurídico e social, assim como ajudou a formar milhares de estudantes e operadores do direito como professor da PUC- SP. O desembargador ainda criou a coordenadoria da infância e juventude do TJ e sempre atuou pela estruturação das varas da infância e juventude.”, acrescentou.

A vice-presidente da AOJESP, A Oficial de Justiça Magali Marinho Pereira, falou sobre a perda irreparável. “Dr. Malheiros, era um humanista. Além de ser um defensor dos servidores e do serviço público, era um ser humano espetacular. Atencioso, atento, sempre disposto a ouvir, discutir e procurar o melhor caminho para todas as questões. Uma perda irreparável.”

O presidente da AOJESP, Oficial de Justiça Mário Medeiros Neto, lembrou que muitas vezes o desembargador supriu uma lacuna deixada pelo Tribunal de Justiça. “Diante da incapacidade e falta de sensibilidade de alguns mandatários do TJSP em saber ouvir ou ter a capacidade de entender os problemas dos servidores, Dr. Malheiros era sempre escalado para suprir essa lacuna em razão de seu preparo, sua humildade, humanismo e empatia. Fecha-se uma das únicas portas de razoabilidade e equilíbrio dentro do TJSP. Nossos Sentimentos aos familiares e amigos e que Deus lhes providencie o conforto necessário nesse momento difícil.”

O presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Geraldo Francisco Pinheiro Franco, decretou luto oficial por três dias no Judiciário do Estado de São Paulo.

João Paulo Rodrigues

Jornalista (MTE 977/AL), Mestre em Comunicação e Jornalismo pela Universidade Autònoma de Barcelona.

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